Psicoterapia de Casal

Nada é por acaso na nossa vida, estamos aqui para aprender, corrigir percursos, expandir a consciência. O casamento é um modo de viver com uma pessoa com quem ser incompatível.
No início até há compatibilidade, mas com o passar do tempo, os conflitos surgem; e, ainda bem que surgem pois ambos são vidas, ambos querem ser si mesmos, realizados e felizes.
Os conflitos não são problemas, são desafios à inteligência de cada um.


Geralmente partimos do pressuposto e esperamos que o outro mude para que a relação fique bem, não nos damos conta de que estamos padronizados em determinados comportamentos, classes de respostas mais típicas, tais como controle versus responsabilidade, dependência versus autonomia, proximidade versus distância.
Um dos principais aspectos é a armadilha mútua na qual o casal se insere na tentativa de resolver seus problemas ou diferenças. Por vezes estas mesmas tentativas representam a reatividade emocional que impede respostas possíveis.

A tentativa de solução é manifestada por críticas ou invalidação do outro, discussões acaloradas, silêncios mortíferos, padrões, que originalmente seriam tentativas para resolver o problema, se transformam na doença da relação conjugal.


O objetivo da Terapia de Casal é a conscientização do funcionamento conjugal: Diferenças emocionais, conflitos individuais a serem resolvidos, fatores externos que possam estar influenciando na polarização do casal (família de origem, mudança de trabalho, etc.) e o padrão comportamental utilizado para lidar com os temas.


O fim é 1º a aceitação ou união empática onde cada um possa expressar a dor ou a angústia de uma forma que não inclua acusação, avaliação, julgamento. É uma forma de perceber que somos o que somos devido às experiências diferentes. Uma maneira de gerar essa aceitação é colocar o comportamento de um parceiro em contato com sua história pessoal contextualizando a conduta que é considerada problemática dentro da formulação do problema. Assim, o comportamento negativo é visto como parte de suas diferenças.

2º Desapego Unificado. Distanciar-se dos conflitos e discussões por meio de uma análise do problema e favorecer o diálogo imparcial, descritivo. Trata-se de poder falar sobre um incidente quando ele surge como se fosse “ele”, visto que, muitas vezes, esquecemos o ser humano e ficamos com a etiqueta atribuída a ele. Trata-se de aliviar as categorias, afastar das palavras, baixar o nível de crítica, os dois juntos para resolver o problema em vez de ficarem um contra o outro.

3º Expressar Sentimentos, parar de manter os pensamentos como verdades pragmáticas. Não é um pedido para mudar, debater ou desafiar os pensamentos, é poder vê-los pelo o que são: pensamentos, os quais devem ser observados com curiosidade. Para isto são necessárias práticas que promovam um estado de atenção plena.

4º As estratégias de Tolerância são um nível diferente de aceitação. Se esta não pode ser conseguida, ao menos tolerar o comportamento do outro, tanto quanto for possível (salvo situações extremas como, por exemplo, violência e dependência química). Em alguns casos, as técnicas de tolerância podem facilitar o caminho para a aceitação.

5º As Estratégias de Mudança não são diferentes da terapia tradicional, propõem aumentar ou diminuir a frequência ou intensidade de certos comportamentos, treinamento em habilidades de comunicação, tornar os dois UM – expressar sentimentos, ser verdadeiro consigo mesmo e com o outro.

6º O auto cuidado partindo do princípio de que o parceiro/a não pode satisfazer todas as necessidades ou mesmo qualquer necessidade em particular todo o tempo, e explorar possibilidades de autocuidado para satisfação pessoal.

7º Um relacionamento mais adaptativo à realidade psicológica de cada cônjuge, baseado em aceitação, a qual é considerada o elo perdido que faltava para a terapia de casal.

A proposta não é acabar com os problemas/conflitos já que esses são apenas desafios à nossa Inteligência, pois estamos aqui para aprender, para corrigir percursos e expandir a nossa consciência; então, ter uma vida conjugal satisfatória, com intimidade e compreensão da história, deixar nossas cicatrizes se apaixonarem!

Geime Rozanski

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